terça-feira, 26 de maio de 2015

A Minha Conduta Como Cristão Está Sendo Digna de Ser Imitada?

Texto Bíblico
1ª Coríntios 11:1 - “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.”

Um verdadeiro líder cristão
sabe o peso de ser um imitador de
Cristo e, mesmo assim, por sua
digna conduta, conquista os
demais a imitá-lo, fazendo-os
entender que não outro meio de
seguir o Mestre.
História
    Cidade de Corinto. Por volta do ano 55dC. Observando os capítulos anteriores dessa epístola, podemos perceber que o apóstolo Paulo tinha justas razões para se preocupar com a conduta dos crentes coríntios. Antes de citar essa frase em que se colocava como um espelho para a Igreja, ele falava sobre idolatria e culto aos demônios, práticas comuns na Grécia, inclusive na cidade de Corinto aonde, além de outras coisas, existia um templo dedicado à Afrodite[1], esse era um lugar em que ela era cultuada por cerca de mil prostitutas e aconteciam as piores abominações sexuais que pudermos imaginar. Num lugar desses, não seria de se estranhar que os crentes novos convertidos fossem facilmente atraídos por más influências sendo tentados a tornarem às suas antigas práticas. Isso explica essa ousada afirmação de Paulo que, apesar de parecer arrogante e até falsa, ela apenas retrata sua coragem como líder ao assumir diante de Deus e da Igreja a responsabilidade de se colocar como um homem íntegro em todos os sentidos, transmitindo aos que o observavam, a imagem do próprio Cristo. Mas, pra isso, não bastaria pregar o Evangelho? Um autêntico obreiro demonstra a veracidade de suas pregações sendo ele próprio um exemplo daquilo que ensina. Por mais que ouvisse falar, o povo não conhecia Jesus, pois ninguém ali o tinha visto, e por isso precisavam ver em sua liderança atitudes que expressassem o caráter e o sentimento do Mestre sobre quem haviam aprendido que deveriam seguir. Ser exemplo aos demais, agindo como Jesus agiria, é uma obrigação de todos os cristãos, sobretudo dos que exercem funções de liderança. Mas será que todos - principalmente seus líderes , estão em condições de dizer com sinceridade e tendo a consciência tranquila “podem me imitar porque eu estou imitando a Cristo”?

Mensagem
    O cristão que não reflete a imagem de Cristo nunca contemplou verdadeiramente a face de Deus em sua vida espiritual.

“Sede meus imitadores...”
    O testemunho pessoal é composto não apenas por palavras, mas, principalmente, por atitudes que identifiquem o crente com as mensagens bíblicas que ele diz terem transformado a sua vida. Será que os meus atos não têm me tornado mentiroso diante do mundo, da Igreja e do próprio Deus? Independentemente da posição ministerial que ocupamos, somos observados por todos os lados e isso pode fazer a diferença entre ganhar almas ou perde-las definitivamente. Essa regra de conduta consiste num imenso cuidado em relação à harmonia com o nosso próximo, tendo um coração voltado a amar verdadeiramente, causando nos demais o desejo de serem iguais a nós (Fp 3:16,17). Tal conduta inclui também a busca e a manifestação da autoridade espiritual, por meio da qual muitos decidem seguir nossos exemplos, aprendendo até mesmo a suportar as tribulações da vida cotidiana (1ª Ts 1:5-7[2] [3]). Outro fator importante a se considerar é que o bom exemplo ajuda a aumentar a fé na certeza do cumprimento das promessas do Senhor, pois através da observação de nossa perseverança, muitos ganham forças para prosseguir mesmo em situações incertas, assim não sendo negligentes em sua responsabilidade como discípulos (Hb 6:10-12).

“... como também eu de Cristo.”
    As virtudes morais de um servo de Deus precisam ser visíveis aos olhos humanos, pois se professamos a fé em Cristo, devemos ter a consciência de que o que carregamos em nossa imagem é o próprio nome dEle e não temos nenhum direito de sujá-lo. Mas de que maneira eu posso sujar o nome de Cristo? Sendo desonesto, amargurado, vingativo, negligente, omisso, descuidado, indecente, desrespeitador, egoísta, infiel, enfim, praticante de tudo aquilo que desobedeça ao que todos sabem que as Escrituras Sagradas ensinam. O imitador de Cristo tem condições de expressar com autoridade seu direito de se colocar como exemplo aos demais (1ª Co 4:16[4]). Aquele que anda segundo a vontade de Deus age verdadeiramente como seu filho tendo, assim como Ele, o amor como sua principal marca registrada, não medindo esforços em sua dedicação no que seja para beneficiar ao próximo entregando o melhor de si em nome daquEle que se sacrificou por ele (Ef 5:1,2). Quem tem o Senhor como seu espelho, assim como Ele, aprende a suportar seus próprios ofensores, desempenhando bem seu papel como Igreja, a qual sendo o Corpo de Cristo, resiste aos açoites dando perdão aos seus agressores tal como Ele fez na cruz (1ª Ts 2:14).

Conclusão
    Os exemplos dados pelo apóstolo Paulo mostram claramente o custo e o benefício do amor e da fidelidade ao Senhor e à sua Igreja. Apesar das aflições, o resultado que vemos disso é o crescimento que obtivera por meio do seu trabalho, pelo qual trazia alegria aos irmãos (At 15:3,4[5] [6]). Mesmo perante todas as dificuldades, ele não assumia uma postura de revolta e nem se sentia dono da Obra que executava. Sob o ponto de vista humano, poderia ele próprio se dar o direito de falar “sejam meus patrocinadores, pois sou um sofredor de Cristo”, mas, por priorizar o lado espiritual, optou por dizer “sejam meu imitadores, como também eu de Cristo”. Ele podia dizer isso com autoridade porque sua conduta era inegavelmente digna de ser imitada, e isso deve nos levar a refletir: “Como está a minha fé?”; “Como está o meu crédito diante de Deus?”; “Como está a minha confiança diante da Igreja?”; e “Como está a minha imagem diante do ímpio?”. Um espelho que não reflete boa imagem acaba sendo quebrado porque não tem utilidade. Que nossa conduta seja sempre compatível com a glória transmitida pelo Mestre, mostrando transformação, diferença, ou seja: uma autêntica novidade de vida que revele a natureza de Deus causando em nossos observadores o desejo de também serem portadores do seu Santo Espírito (2ª Co 3:18).



[1]Afrodite: Na mitologia grega é considerada a deusa do amor, da beleza e da fertilidade. O significado do seu nome é incerto - talvez seja "espuma" ou "erguida da espuma" -, é também chamada de "deusa nascida do mar". Seu nome deu origem ao termo "afrodisíaco" que se refere a qualquer substância que possa ser usada como estimulante sexual.
[2]Macedônia: Região do sudeste da Europa, que ocupa a parte central do que agora se conhece como a Península Balcânica. Foi, em tempos, uma província romana que se estendia desde o Mar Adriático, no Oeste, até o Mar Egeu, no Leste, e ficava ao Norte da Acaia. Foi a primeira região da Europa a ser visitada pelo apóstolo Paulo na sua segunda viagem missionária. Enquanto Paulo estava em Trôade, na Ásia Menor, teve uma visão que o mandava à Macedônia (At 16:8, 9). Paulo com Lucas, Timóteo e Silas, partiu para a Macedônia. Depois de chegar a Neápolis, o porto de Filipos, Paulo dirigiu-se à cidade de Filipos (At 16:11-40). Lucas permaneceu em Filipos quando Paulo, Silas e Timóteo percorreram as cidades macedônias de Anfípolis (uns 50 km de Filipos) e Apolônia (uns 50 km de Anfípolis). A seguir, Paulo visitou respectivamente as cidades macedônias de Tessalônica (uns 60 km de Apolônia) e Beréia (uns 80 km de Tessalônica). O bom relatório que Timóteo trouxe, ao retornar, induziu Paulo a escrever a sua primeira carta aos tessalonicenses (1ª Ts 3:6; At 18:5). A sua segunda carta aos tessalonicenses seguiu-se pouco depois.
[3]Acaia: Nos tempos do Novo Testamento, era uma província romana. No tempo de Homero, a Acaia designava toda a Grécia, que era habitada pelos acaianos; depois, durante algum tempo, passou a designar apenas a costa sul do Golfo de Corinto. Quando a Grécia caiu sob domínio romano no século II AC, o território foi adstrito (146 aC.) à província da Macedônia mas em 27 AC organizou-se como província autônoma. No ano 15 DC, uniu-se novamente à vizinha Macedônia, ficando sob a alçada de um administrador imperial, até que Cláudio, em 44 DC, devolveu a província ao Senado. Foi, depois, administrada separadamente por um procônsul, que tinha a sua sede em Corinto (cf. At 18:12). Os seus limites iam até Tessalônica, no sul da Grécia. Paulo esteve em Acaia, pela primeira vez, por volta de 51 dC., durante a sua 2ª viagem missionária e visitou as cidades de Atenas, Corinto e Cencréia (At 17:16 a 18:18). Tornou a visitar a província no inverno de 57/58 dC durante a sua 3ª viagem missionária (At 19:21). Apolo também pregou o Evangelho nesta província (At 18:24, 27; 1ª Co 3:3-7; 16:12). 
[4]Admoestar: Advertir amigável ou benevolamente; fazer ver. Censurar ou repreender suavemente, aconselhando a não repetir a falta. Recomendar.
[5]Fenícia: País mediterrâneo, situado ao Norte de Israel (At 21:2). Suas cidades principais eram os portos de Tiro e Sidom, de onde foi exportado o cedro usado na construção do Templo (1º Rs 5:1-10).
[6]Samaria: Pessoa nascida em Samaria (situada na montanha do oriente Médio, no antigo Reino de Israel, entre a Judéia e a Galiléia (atual território da Cisjordânia e de Israel). Os samaritanos pertenciam ao Reino de Judá que era rival das dez tribos do Reino do Norte. Atualmente existem cerca de 700 samaritanos, eles não se consideram judeus e sim descendentes do antigo Reino de Israel. Israelitas e samaritanos não se davam por causa de diferenças de raça, religião e costumes (2º Rs 17:29; Jo 4:9).

sábado, 16 de maio de 2015

Jesus e o Seu Poder Sobre as Doenças e a Morte

Resumo baseado na revista Lições Bíblicas Adultos da CPAD - 2º Trimestre de 2015 (Jesus, o Homem Perfeito - O Evangelho de Lucas, o médico amado) | Lição 7 | AD Belém - Congr. Elias Fausto/SP - Jonas M. Olímpio

A demonstração de poder de
Jesus sobre as doenças e a morte
ocorreu por três razões:
expressão de amor,
demonstração de autoridade e
comprovação da sua divindade.
Lucas 4:38,39; 7:11-17 - Ora, levantando-se Jesus da sinagoga, entrou em casa de Simão; e a sogra de Simão estava enferma com muita febre, e rogaram-lhe por ela. 39E, inclinando-se para ela, repreendeu a febre, e esta a deixou. E ela, levantando-se logo, servia-os. 7:11-17E aconteceu que, no dia seguinte, ele foi à cidade chamada Naim[1], e com ele iam muitos dos seus discípulos, e uma grande multidão; 12E, quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade. 13E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. 14E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam), e disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te. 15E o que fora defunto assentou-se, e começou a falar. E entregou-o à sua mãe. 16E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo. 17E correu dele esta fama por toda a Judéia e por toda a terra circunvizinha.

    De acordo com a Bíblia, como podemos conferir em Romanos 5:12, a razão da existência da morte é o pecado; portanto, sendo a morte, geralmente, consequência de enfermidades, podemos concluir que essas fragilidades humanas são de origem maligna. Porém, é necessário entendermos também que nem todos os casos de doença signifiquem que a pessoa esteja de fato sendo dominada por algum tipo de demônio ou castigada por seus pecados, mas sim que ela esteja sendo vítima da própria condição humana a que estamos expostos porque somos descendentes de Adão, o primeiro pecador. Como vemos, principalmente no livro de Lucas, Jesus travou uma verdadeira batalha contra o adversário das trevas, e o resultado foi a libertação de várias pessoas que foram curadas e até ressuscitadas (Lc 4:38,39; 7:11-17).
    Um fator extremamente interessante que podemos observar em muitos desses casos é que Ele disse às pessoas curadas que elas estavam sendo perdoadas. Isso mostra que embora o pecado não seja o único fator que provoque enfermidades, ele é sim o responsável por muitos casos. Dessa forma, vemos também sua grande misericórdia, pois nunca recusa dar seu perdão e usar seu poder para curar aqueles que se arrependem verdadeiramente. Apesar de haver de fato uma relativa ligação entre o pecado e os males que afligem o ser humano, não nos esqueçamos que nem sempre todos os que são fiéis a Deus alcançarão o milagre da cura, e também que nem todos os que alcançam algum milagre têm suas atitudes aprovadas pelo Senhor; pois existe uma razão particular em cada casos, e Ele só age segundo os seus próprios propósitos. A maior prova disso é que Ele nos ensina a não temer a morte física, mas sim a espiritual (Lc 12:4,5).
    Apesar de ser importante saber a origem de um mal para poder combate-lo, devemos ter em mente que a misericórdia divina está muito acima disso. Sim, Satanás age por meio de enfermidades e causa a morte, e sabemos também a permissão de Deus para essa ação lhe é concedida geralmente quando o homem abre uma brecha em sua vida por meio de práticas pecaminosas; porém, há males que são decorrentes das condições em que nascemos ou vivemos e do cuidado que temos com o próprio corpo. Por isso, nunca julguemos a origem dos problemas de uma pessoa, pois a necessidade ou não de um perdão para que ela alcance a solução é entre ela e Deus, enquanto que nós, a Igreja, devemos nos limitar a orar intercedendo por misericórdia. O próprio Jesus mostrou que nem tudo é originado pelo pecado (Jo 9:1-3).
    O que levava Jesus a querer curar - inclusive os pecadores - era a sua compaixão[2] por eles, ou seja: Ele sentia suas dores, praticamente se colocava no lugar deles e conseguia entender o que estavam passando. Um perfeito exemplo disso foi a grande compaixão que Ele sentiu por um leproso que se ajoelhou e disse que, se Ele quisesse, poderia limpá-lo (Mc 1:40,41). Apenas quem tem verdadeiramente amor em seu coração consegue compreender o quanto é horrível a dor alheia e ter, dentro de si, um verdadeiro desejo de eliminá-la ou, pelo menos, aliviá-la. Seu amor pela humanidade foi tão grande que Ele, sendo um ser divino, demonstrou a mais sensível e pura das emoções humanas quando chorou não só por seu amigo Lázaro ao receber a notícia de sua morte (Jo 11:32-35), como também pelo povo de Jerusalém mesmo sabendo dos seus muitos pecados (Lc 19:41,42).
    Outro motivo para as curas que realizava era a sua revelação à humanidade de que Ele é o Messias. Não que Ele precisasse se promover através disso, mas seu poder tinha que ser revelado para que todos, de alguma forma, soubessem que as profecias a respeito do Salvador estavam se cumprindo (Is 42:6,7; 61:1). Na atualidade, muitos pregadores - independentemente do fato de serem falsos profetas ou não - usam o nome de Jesus e o seu poder apenas para divulgarem seu “marketing pessoal” e ganharem dinheiro sendo por meio da cura ou de falsas curas ou sinais de maravilhas; tais obreiros fraudulentos já eram previstos pelo Senhor Jesus (Mt 24:11). No entanto, o importante é sabermos que o Verdadeiro Profeta e aqueles a quem Ele verdadeiramente enviou tem seus milagres confirmados não somente pela cura, mas também pelo perdão dos pecados e pela paz concedida ao coração daqueles que os recebem. Você tem fé para receber o Filho de Davi[3] (Lc 18:38-42)?
    A palavra virtude empregada nos Evangelhos vem do grego dynamis e expressa poder e autoridade; esses termos são usados em referência ao Espírito Santo. De acordo com alguns textos, em seu ministério terreno, Jesus estava cheio de virtude, ou seja: cheio de autoridade e poder (Lc 5:17; 8:43-46). Essa associação de autoridade espiritual ao Espírito Santo nos ensina que nada podemos fazer sem os dons por Ele concedidos. O que temos ou fazemos não tem origem em nós mesmos; apesar de dependerem de nossa busca e boa vontade em executá-los, sua fonte está no Alto e, por isso, não temos nenhum direito de nos autogloriarmos, pois estamos aqui na terra trabalhando temporariamente e com “ferramentas emprestadas”, pelas quais termos um dia que prestar contas ao seu Dono. Você quer reconhecimento? O reconhecimento de Jesus acontecia porque Ele se deixava usar pela virtude do Espírito Santo; Ele não precisava se apresentar, Ele era apresentado pelo poder espiritual que estava nEle (Lc 4:14; 5:17).
    É uma simples questão de lógica: cada um só pode dar aquilo que tem! Assim sendo, Jesus tinha o que oferecer, tanto aos necessitados de milagres, quanto aos necessitados de poder espiritual para exercerem seu ministério. Dessa maneira, Ele dotou de autoridade seus discípulos, os quais passaram a ter condições de fazer aquilo que Ele fazia (Lc 9:1,2). E, da mesma maneira, essa graça foi estendida a nós, a Igreja, juntamente com a promessa de que tal dádiva permanecerá conosco até a consumação dos séculos (Jo 14:16-18; Mt 28:18-20).
    Em seus milagres de ressurreição, os quais faziam parte de seu ministério (Lc 7:22), Jesus comprovou o seu total poder sobre a morte. Com isso, Ele nos ensinou que nada está fora do seu controle, pois nem mesmo a vida física do ser humano pode se findar se isso estiver fora dos seus propósitos. Essa é também uma forma de Ele provar a Satanás que o poder das trevas é extremamente limitado, porque nem matar o inimigo pode se isso não for permitido por Deus. Essa demonstração de poder sobre esse mal ficou ainda mais evidente quando Ele próprio ressuscitou três dias após ter sido crucificado (Lc 24:1-7).
    Mesmo sendo realidade o fato de Ele ter “tomado sobre si as nossas enfermidades e levado as nossas doenças”, é uma realidade também o fato de que nós, mesmo vivenciando algumas curas milagrosas, ainda enfrentamos muitas enfermidades e até estamos sujeitos a morrer por elas como muitos de nossos entes queridos que se foram dessa forma; então será que essa promessa era somente para a Igreja Primitiva? É claro que não! Pois mesmo em seu ministério terreno, nem todos foram curados. Uma coisa que precisamos ter consciência é que, além do propósito em cada ação divina, também existe a questão da nossa fé e da nossa santidade; no demais, precisamos considerar ainda nossa responsabilidade pessoal com nosso próprio corpo. E, principalmente, enquanto estivermos na terra, estamos sujeitos a todos os males existentes no mundo e somente quando estivermos num corpo glorioso alcançaremos a perfeição e estaremos livres de todos os tipos de sofrimento (Ap 21:4; Lc 21:33).
    Ao contrário da ideologia ensinada pelos triunfalistas - os que pregam a teoria da saúde perfeita -, a conduta de Jesus, conforme vemos no livro de Lucas, revela que suas bênçãos, o que inclui cura e ressurreição, não são concedidas obrigatoriamente em troca simplesmente da fé ou “sacrifícios” que possamos lhe prestar, mas dependem exclusivamente da sua soberana vontade, a qual, geralmente, possui um motivo que vai muito além do nosso desejo em recebe-las. Muitos foram os servos do Senhor que sofreram e até morreram doentes. Estavam eles em pecado? Obviamente não! Mas até esse seu desconforto e aparente derrota estavam sob os propósitos divinos e foram, de alguma forma, permitidos e usados para a honra e a glória do nome de Deus. Jesus não faz nada para satisfazer nosso ego; suas ações visam suprir reais necessidades (Lc 9:11,12).


[1]Naim: Significa "Formosura". Uma vila da Galiléia, localizada na base norte do pequeno Hermom em cujo portão Jesus ressuscitou um jovem (Lc 7:11-17).
[2]Compaixão: Pena, piedade, dó.
[3]Filho de Davi: Título que os israelitas davam ao Messias. Ele é descendente de Davi e veio para ser rei como Davi foi (Mt 12:23; 21:15; Lc 18:39).

Resumo baseado na revista Lições Bíblicas Adultos da CPAD - 2º Trimestre de 2015 (Jesus, o Homem Perfeito - O Evangelho de Lucas, o médico amado) | Lição 7 | AD Belém - Congr. Elias Fausto/SP - Jonas M. Olímpio

segunda-feira, 4 de maio de 2015

A Participação das Mulheres no Ministério de Jesus

Resumo baseado na revista Lições Bíblicas Adultos da CPAD - 2º Trimestre de 2015 (Jesus, o Homem Perfeito - O Evangelho de Lucas, o médico amado) | Lição 6 | AD Belém - Congr. Elias Fausto/SP - Jonas M. Olímpio

Com sua integridade espiritual,
Jesus conseguia conviver e
trabalhar com as mulheres sem
cobiçá-las carnalmente; suas
virtudes as atraíam a Ele, e foi
dessa forma que o Mestre
não somente libertou, mas
conseguiu ajudá-las a
conquistar seu espaço na
sociedade.
Lucas 8:1-3 - E aconteceu, depois disto, que andava de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus; e os doze iam com ele, 2E algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios; 3E Joana[1], mulher de Cuza[2], procurador de Herodes, e Suzana[3], e muitas outras que o serviam com seus bens.

    Como bem sabemos, as mulheres na Bíblia, por uma questão da tradição judaica - apesar que na antiga Lei Deus deixou várias determinações que as favoreciam (Nm 27:1-8) -, nunca tiveram muito destaque, tanto que algumas sequer tem seu nome citado. Só que isso não significa necessariamente que elas não fossem valorizadas ou que a Bíblia seja um livro machista, mas sim que pelo fato de o homem ser o cabeça da casa e o líder na sociedade e também nos assuntos religiosos, a atenção está geralmente voltada a ele. Porém, Jesus sempre teve uma visão avançada para o seu tempo, e jamais descartou ou menosprezou a participação das mulheres em seu ministério. O livro de Lucas enfatiza bem isso mostrando claramente o cuidado do Mestre em relação ao sexo frágil, tanto que Ele era muito procurado por elas, as quais o serviam com amor e dedicação em agradecimento à sua ação em suas vidas (Lc 8:1-3).
    Grande parte dos livros do Novo Testamento relata a presença feminina não somente no ministério terreno de Jesus, como também na vida dos apóstolos. Muitas mulheres mencionadas na Bíblia não conheceram Jesus pessoalmente, mas foram alcançadas pelo poder do Evangelho e passaram a dedicar sua vida em prol da propagação da Palavra de Deus. Tanto de forma direta como indireta - tanto no ministério de Cristo como no dos apóstolos -, elas tiveram sua dignidade resgatada e várias conquistas alcançadas. Vemos que ainda hoje existe um certo preconceito em relação aos direitos femininos, mas, até mesmo ministerialmente, elas estão ocupando um considerável espaço. Isso é o reflexo da presença delas na vida de Jesus, ajudando-o a cumprir sua Obra (Lc 7:44-47[4] [5]).
    No judaísmo, desde o princípio, por tradição social e também religiosa, a mulher não tinha destaque e nem direitos relevantes, e era tratada praticamente como se fosse um objeto pertencente ao homem: não podia andar descoberta pelas ruas e nem dizer o que pensava. Suas principais funções eram gerar filhos e cuidar da família. Jesus, ao contrário dos homens da época, aproximou-se delas sem preconceito ou preocupação com o que os outros iam pensar e lhes mostrou que elas tem valor e também direitos a serem respeitados (Lc 7:48,49).
    A mulher mais marcante na vida e no ministério de Jesus foi, sem dúvida alguma, a sua própria mãe. Pois ela não só o carregou em seu ventre e ensinou seus primeiros passos, como cuidou dEle por toda a vida seguindo-o até o momento da crucificação. No entanto, nenhuma desses nobres privilégios são razões para reconhecer sua divindade e nem mesmo para acreditar em sua perpétua virgindade (Lc 8:19-21), porque, a não ser pelo fato de ter recebido uma missão muito especial, ela foi um ser humano como qualquer um de nós. Assim sendo, não há então motivos para crer que devamos adorá-la (Lc 11:27,28; Jo 2:3-5).
    Outra mulher ligada à sua família e que fez parte de sua história foi Isabel, a mãe de João Batista. Deus a escolheu para dar à luz àquele que prepararia o caminho para o Mestre, e ela bem sabia da importância da sua missão e agradecia ao Senhor por tal honra, pois ela era estéril e tinha idade avançada (Lc 1:7,18,25). A Bíblia não relata mais sobre ela após o nascimento do seu filho, mas sua importância é reconhecida no ministério de Cristo por ter ela ajudado Maria e ter gerado e cuidado do profeta que o antecedeu anunciando a sua chegada. E, assim como sua prima, ele se alegrou ao saber que a promessa da vinda do Messias estava se cumprindo (Lc 1:41-43).
    Pelo que podemos observar, muitas mulheres passaram a servir a Jesus como forma de agradecimento pelo que Ele fez por elas; vejamos alguns exemplos: A sogra de Pedro foi curada de uma febre que estava bastante elevada e, em seguida, passou a servi-los (Lc 4:38,39). A Bíblia não relata que serviço ela lhe prestou, talvez tenha sido uma simples cortesia de honra a Ele como convidado em sua casa por aquele momento, mas o importante é que ela fez algo; Os Evangelhos mencionam também a bela história de Maria Madalena. Jesus expulsou dela sete demônios (Lc 8:1,2) e, a partir daí ela o seguiu até a sua crucificação, testemunhando inclusive, sua primeira aparição após a ressurreição. Seu amor por Ele foi tão grande que ela foi ao sepulcro aonde Ele fora sepultado e chorou quando viu que seu corpo não estava mais ali; tal demonstração de afeto tem feito muitos acreditarem que ela fosse sua esposa, mas, na verdade, ele era apenas uma serva fiel e obediente ao seu Senhor (Lc 20:13-16).
    Em Lucas 7:36-50 está registrado o curioso episódio de uma mulher, cujo nome nem é citado, que chorando molhou os pés de Jesus com suas lágrimas e os enxugou com seus próprios cabelos e, em seguida, beijando-os, ungiu com o unguento que estava num vaso de alabastro[6]. Sua forma de adoração foi contestada pelo fariseu dono da casa em que Jesus estava hospedado, que achou um absurdo Ele receber algo de uma pecadora, e, nesse momento Jesus o lembra que ele, sendo o anfitrião, nem um beijo no rosto lhe deu, enquanto ela, sendo pecadora, lhe beijava seus pés. É importante ressaltar que esse fato nada tem a ver com o mencionado em João 12:1-8, que se refere a Maria de Betânia que procedeu quase da mesma forma e foi severamente criticada por Judas Iscariotes. Quanto ao episódio da pecadora narrado por Lucas, a sua abnegação[7] resultou no perdão dos seus pecados (Lc 7:50).
    Jesus tinha uma função ministerial bastante notável: Ele era um rabi[8]. Seu trabalho consistia em andar pela região ensinando a Palavra. Os rabinos não deviam cobrar para ensinar, por isso dependia de ajuda ou doações das pessoas que os recebiam ou ouviam seus ensinamentos. Para os judeus era uma grande honra poder sustentar alguém que cumpria uma tão nobre missão e, no caso de Jesus, Ele não estava só, pois era acompanhado por seus discípulos. E, nessa grande caminhada pela propagação das Boas Novas do Reino, não foram poucas as mulheres que se propuseram a ajuda-lo. É inegável que as mesmas tinham um grandioso coração missionário, pois sabiam de sua necessidade nessa Obra porque presenciavam seu incansável trabalho perante as multidões que o procuravam (Lc 8:1,4).
    Numa sociedade tão opressora em relação às mulheres, certamente o que elas tinham para ofertar à Jesus não era muito, pois, pelo fato de não possuírem estudo e nem muita força física, obviamente seus ganhos eram bastante reduzidos, porém, nem assim deixavam de oferecer o que podiam porque compreendiam o incalculável valor daquele maravilhoso trabalho que estava sendo desenvolvido. Em obediência à própria cultura local que não permitia mulheres falando em público e ao seu nível intelectual - não por falta de conhecimento, mas por falta de instrução -, elas não podiam e nem tinham como ensinar, então, o que lhes restava era contribuir de alguma forma oferecendo seu trabalho e parte de sua renda financeira. Devemos considerar também a possibilidade de que algumas dessas mulheres poderiam ser viúvas herdeiras de grandes posses e, por isso, tinham condições de prestar uma alta ajuda financeira e possibilitar-lhes acesso à membros da elite para lhes pregarem o Evangelho. Muito interessante é o fato de que, desde o princípio, a mulher, mesmo tendo pecado, recebeu a promessa de que dela viria a Semente que iria ferir a cabeça de Satanás (Gn 3:15), o que se cumpriu no nascimento de Cristo, o qual foi sobrenaturalmente gerado em uma mulher e, ironicamente, justamente as mulheres sempre estiveram presentes em seu ministério, o qual sempre consistiu em libertar escravos do maligno de suas opressões e resgatar suas almas para o Reino de Deus. Mesmo com suas falhas e fraquezas, elas sempre contribuíram em sua vitória sobre o inimigo e o acompanharam por toda a sua jornada até o fim (Lc 24:49).
    Atualmente, pelo menos na maior parte do mundo, a situação das mulheres, embora ainda haja um certo preconceito, é bem mais confortável do que nos tempos de Jesus. Hoje elas ocupam posições de destaque tanto no meio profissional quanto no ministerial, e muitas assumem a liderança de sua própria casa. Muitas de suas conquistas nos tempos modernos, deve-se ao cristianismo que, ao contrário do que muitos dizem, não é machista e isso é comprovado pelo fato de que o próprio Jesus enfrentou o preconceito do seu tempo abrindo espaço para as mulheres. Numa época em que um homem sequer podia dialogar com uma mulher, Ele evangelizou uma samaritana e defendeu uma adúltera que seria apedrejada. De uma forma ou de outra, todos nós sempre temos mulheres que nos ajudam e intercedem por nós, valorizemos sempre aquelas que sustentam a Igreja tanto com o seus trabalhos quanto com os seus joelhos no chão (At 1:14).



[1]Joana: Mulher de Cuza, procurador de Herodes (Lc 3:3). A Bíblia não oferece maiores informações sobre ela, imagina-se que fosse uma mulher de boas condições financeiras.
[2]Cuza: Procurador de Herodes, o Tetrarca. Sua esposa, junto com outras mulheres piedosas, supria com suas posses as necessidades de Jesus e dos discípulos (Lc 8:3).
[3]Suzana: Mencionada em Lucas 3:3 como uma das mulheres que ajudaram Jesus em seu ministério terreno, não há mais relatos bíblicos a respeito dela. Por ter ser nome citado em um dos Evangelhos, supõe-se que fosse uma mulher de destacável importância social, pois a Bíblia não relata muitos nomes de mulheres.
[4]Ósculo: Beijo. Faz parte da tradição os homens judeus se cumprimentarem com um beijo no rosto.
[5]Unguento: Designação antiga de certas drogas ou essências, com que se perfumava o corpo. Medicamento para uso externo, pouco consistente, e que tem por base uma substância gorda.
[6]Alabastro: Pedra branca, pouco resistente, parecida com o mármore, usada para fazer esculturas, vasos e jarros (Et 1:6; Mt 26:7).
[7]Abnegação: Ato de abnegar. Abandono; altruísmo; desprendimento. Desprezo ou sacrifício dos próprios interesses para atender ou satisfazer as necessidades alheias.
[8]Rabi: Palavra Aramaica que significa Mestre (Jo 1:38; 3:2).

Resumo baseado na revista Lições Bíblicas Adultos da CPAD - 2º Trimestre de 2015 (Jesus, o Homem Perfeito - O Evangelho de Lucas, o médico amado) | Lição 6 | AD Belém - Congr. Elias Fausto/SP - Jonas M. Olímpio