quinta-feira, 31 de julho de 2014

Obrigado Senhor!

É nas pequenas coisas da vida
que se manifesta o imenso amor de
Deus; e é com as mais simples
palavras do nosso coração que
conseguimos dizer a Ele o quanto
somos gratos por isso.
    Pedir é muito bom. Principalmente quando a gente consegue o que quer, não é mesmo? Mas, depois do objetivo alcançado, qual deve ser a nossa postura? É interessante o tanto de campanhas, votos, propósitos e sacrifícios que vemos sendo divulgados por aí, mas não vemos nenhuma mobilização desses mesmos líderes religiosos para agradecer a Deus; você já viu algum cartaz escrito “Venha participar da grande campanha de gratidão a Deus” ou algo parecido? Na verdade, muitos de nós cometem esse mesmo erro: buscam incessantemente, choram, se humilham e prometem até o impossível, mas, quando alcançam, esquecem! Qual será o sentimento de Deus em relação a tudo isso? Considerando seus atributos humanos, imagine que alguém chegue em você desesperado, implorando ajuda e prometendo até fazer algo em seu favor ainda que você não tenha pedido. Então, mesmo vendo que aquela pessoa não merece, você vai e faz de tudo para ajudá-la; depois, você percebe que ela está sorrindo de novo e nem se preocupa em ligar pra saber como você está, e quando passa perto de ti ainda finge não te ver, mas quando a situação aperta de novo... olha lá quem tá batendo à sua porta mais uma vez! Como é que você se sentiria? Pois é assim mesmo que Deus se sente quando não expressamos nenhuma gratidão a Ele!
    As Escrituras Sagradas dão um amplo destaque para a importância da gratidão. Vejamos alguns deles:
·        Num coração que existe a verdadeira paz de Deus também existe a gratidão (Cl 3:15).
·        O cumprimento de um propósito seguido do agradecimento resulta em bênção (Jn 2:9).
·        O próprio Senhor Jesus nos ensinou a orar em agradecimento pelo sustento, para que ele seja multiplicado (Mt 15:36,37).
·        Precisamos também agradecer pelas revelações que o Pai nos concede (Lc 10:21).
·        Devemos orar incessantemente agradecendo por tudo (1ª Ts 5:17,18).
·        Mesmo em momentos de aflição devemos demonstrar nossa gratidão a Deus (Fp 4:6).
·        Precisamos lhe agradecer sempre pela sua misericórdia, da qual não nos fizemos merecedores (Is 12:1).
·        Em todas as nossas palavras e atitudes devemos expor a nossa gratidão a Ele (Cl 3:17).
·        O Senhor se agrada quando cantamos louvores de agradecimento (Ef 5:18-20).
·        A perseverança na oração deve ser seguida pela vigilância e pela gratidão (Cl 4:2).
·        O nosso Salvador espera pela nossa gratidão (Lc 17:15-18).
    Devemos, por hábito, sempre inserir a gratidão em nossas orações. Embora, por tendência natural, costuma-se proferir o agradecimento depois do favor alcançado, com o nosso Senhor é diferente: quando o agradecemos antes mesmo da resposta, estamos expondo diante dEle, e também dos homens, algo valiosíssimo de que Ele muito se agrada: a nossa fé[1] (Hb 11:6). E essa fé, a qual é uma manifestação sobrenatural, consiste não somente em aceitar aquilo que pareça bom aos nossos olhos quando tudo acontece da maneira como pedimos, mas também em entender que ainda que as dificuldades persistam, o Mestre está no controle do barco e tem um propósito até mesmo com a tempestade. Ainda que a nossa vida não pareça ser das melhores, precisamos compreender que o simples fato de estarmos vivos já é uma grande dádiva do Todo-Poderoso, o qual nada nos deve e bem poderia - e pode - dar a outro o privilégio de ocupar o nosso lugar. Por isso, jamais devemos omitir a importância de sermos gratos por tudo. O que melhor expressa a certeza e a segurança daquele que clama com fé e submissão diante de Deus é o ato da existência da gratidão em suas orações (Jo 11:41b).




[1]Fé: Crença, crédito; convicção da existência de algum fato ou da veracidade de alguma afirmação. Crença nas doutrinas da religião cristã. A certeza absoluta de que algo vai acontecer.

terça-feira, 29 de julho de 2014

A Oração Pode Ser Substituída Por Objetos Ungidos ou Sacrifícios?

Aqueles que têm sua fé depositada
em palavras persuasivas de homens
que distorcem a Palavra de Deus
em vez de incentivá-los a orar,
nada mais alcançarão no Evangelho
do que decepções e a perda da
direção rumo ao verdadeiro Alvo.
    Quando se fala em idolatria, logo vem à mente os costumes dos católicos e das diversas seitas[1] existentes no mundo; porém, ela também está inserida no meio evangélico através de várias práticas, as quais consistem no uso de objetos ungidos e na realização de sacrifícios financeiros. Qual é o fundamento disso? Será que somente a oração não é suficiente? Considerando que tais objetos são, nada mais nada menos, que “amuletos[2] de sorte” - que, na verdade, só trazem sorte mesmo para seus vendedores - e que os sacrifícios pedidos por alguns obreiros consistem apenas num meio de enriquecerem a si próprios pregando a abominação da barganha[3] com Deus, podemos concluir que  esses atos não passam de heresias e exploração da fé alheia.  É também importante ressaltar que nem todos os que defendem o materialismo da fé são mal intencionados, pois muitos assim agem convictos de que são guiados pelo Espírito Santo e que suas ações estão de acordo com os ensinamentos das Escrituras Sagradas. Isso, muitas vezes, se deve ao fato de terem dado crédito a falsos ensinamentos, ou eles mesmos interpretarem erroneamente os textos bíblicos. Mas, independentemente da razão, heresia é heresia e deve ser combatida à luz da Palavra de Deus (2ª Co 4:1,2)!
    Um dos argumentos bíblicos mais usados pelos que defendem tais práticas se encontram no livro de Atos 19:12, aonde está escrito o seguinte: “De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam.”.  Para entender esses acontecimentos, precisamos analisar da seguinte forma:
1º.   O versículo 11 relata que era Deus quem fazia milagres extraordinários através das mãos de Paulo. Então o poder vinha de Deus, e não de Paulo e tampouco de seus objetos;
2º.   Devemos compreender que, naquela época, como se pode notar no versículo 2, muitos ali nem conheciam o poder de Deus, e como a procura pelo apóstolo devia ser muito grande, ele pode até ter usado dessa estratégia para alcançar um número maior de pessoas, e o Senhor assim pode tê-lo usado para honrar sua fé, na qual não havia interesses próprios, e a fé dos necessitados que ali estavam;
3º.   Pelo que conhecemos de seu caráter, temos motivos para crer que ele jamais ensinou que se deve colocar a fé em objetos;
4º.   Ainda que, por algum momento, Deus o tenha usado dessa maneira, em nenhum lugar das Escrituras esse tipo de atitude é pregado como regra a ser seguida pelos cristãos;
5º.   Além de ser possível perceber que não havia nenhum trabalho de libertação cujo foco fosse a consagração ou a unção de objetos, a Bíblia, de um modo geral, também não dá ao homem nenhum direito de comercializar nada que se relacione às bênçãos de Deus, muito pelo contrário (Mt 10:7-10[4] [5]).;
6º.   Sendo Paulo um homem de oração, certamente, de maneira nenhuma, ele incentivaria o povo a substituir a oração pelo uso de amuletos. Pois ele sabia que esse era um costume dos povos pagãos e, certamente, não iria expor aqueles crentes novos convertidos às suas antigas práticas assim correndo o risco de voltarem às suas antigas religiões e costumes.
    Os defensores da Teologia da Prosperidade também fazem uso de vários outros argumentos como, por exemplo, a Arca da Aliança[6] e os objetos sagrados do Tabernáculo[7], a capa de Elias[8], o banho de Naamã[9] no rio Jordão[10] para ser curado da lepra, a serpente de bronze[11] erguida por Moisés no deserto e várias outras situações mencionadas no Antigo Testamento em que homens de Deus fizeram o uso de objetos ou estranhos rituais para alcançar milagres. Mas eles ignoram aí um detalhe de extrema importância: os rituais e os símbolos da época da Lei[12] eram apenas sombra - ou representação -, do que viria no futuro (Cl 2:16-18[13] [14]Hb 8:2-5); sendo assim, hoje, no tempo da Graça[15], após termos recebido o sacrifício de Cristo, nossa fé tem que estar depositada nEle e não em sacrifícios representados por objetos ou atitudes, as quais foram ordenadas apenas a Israel antes que viesse o Sumo Sacerdote e comprasse nossa liberdade e acesso direto ao Pai a preço de sangue (1ª Co 22,23), dessa maneira, vindo a abolir a tudo isso (Hb 10:7-10,18[16] [17] [18]). Uma das coisas que Ele mais persistiu em ensinar em seu ministério terreno foi a busca por meio da oração em seu nome (Jo 14:13,14; 16:24).
    Um dos poucos textos do Novo Testamento usado pelos defensores da consagração de objetos, além dos lenços e aventais do apóstolo Paulo, é o fato de os sacerdotes terem recusado de volta as trinta moedas de prata que foram devolvidas por Judas quando sua consciência pesou após ele ter traído a Jesus (Mt 27:3-6). Porém, é necessário que se observe aí que a preocupação deles em relação às moedas não era mística[19], mas sim religiosa, ou seja: eles não acreditavam que elas fossem um objeto amaldiçoado, mas apenas não as aceitaram em obediência à Lei (Dt 23:18[20]) que não lhes permitia aceitar dinheiro de origem ilícita. É óbvio que tal cuidado com o cumprimento da Lei era hipocrisia da parte deles, pois eles próprios tinham usado aquelas mesmas moedas para matar um inocente. Além do mais, eles não as rejeitaram por completo, mas as usaram para comprar um campo que serviu de cemitério para os estrangeiros (Mt 27:7,8). Então, usar tal base bíblica para defender a crença no poder existente em objetos não passa de apenas mais um grosseiro erro de interpretação. E o mesmo conceito se aplica à objetos usados em rituais malignos; pois, por exemplo, se alguém é vítima de macumba por meio de algum objeto, o poder que lhe causou o mal não está nesse objeto, mas no inimigo, a quem foi permitido por Deus a tocar em quem não o obedeceu e fez uso de algo que foi consagrado aos demônios; pois quem tem discernimento espiritual, ainda que tenha liberdade pra isso - pois a Palavra confirma que tais coisas não têm poder sobre os que estão libertos - não pratica atos que ele sabe serem desagradáveis ao Senhor (1ª Co 8:4-13[21]; 10:24-32); isso quer dizer que no caso do uso de algo indevido sem maldade, se o cristão estiver verdadeiramente firme, é óbvio que obterá o livramento daquele mal (Nm 23:23; Mt 16:18[22]).
    No que se refere à sacrifícios financeiros, o contexto é exatamente o mesmo: como bem sabemos, na Antiga Aliança, apenas os sacerdotes estavam autorizados a receber os sacrifícios, e tinham o dever de oferecê-los como adoração ao Senhor - os quais significavam pedidos de perdão pelos pecados ou forma de agradecimento -, usando apenas o necessário para o seu próprio sustento, mas jamais poderiam pedi-los em troca de bênçãos, até mesmo porque não tinham nenhum poder para isso. Na Nova Aliança, também não vemos Jeová dando a ninguém tal autoridade, tanto que o sacerdócio levítico[23] nem  sequer existe mais. Portanto, aqueles que pedem dinheiro em nome da Obra de Deus prometendo bênçãos em troca de sacrifícios em vez de ensinar o povo a orar, estão, na verdade, como os sacerdotes corruptos dos tempos antigos, sacrificando as ovelhas que não lhes pertencem (Ez 34:2-6[24]), constituindo-se, dessa forma, como inimigos da cruz de Cristo (Fp 3:18,19). Toda e qualquer oferta deve ser voluntária e entregue como agradecimento e não como investimento (Êx 25:2[25]; 2ª Co 9:7), e os obreiros que a recebem, por sua vez, devem aplicá-la realmente na Obra (Ml 2:1,2; 3:8), ainda que isso inclua seu próprio sustento (Gl 6:6; 1ª Co 9:13,14), mas não em seu próprio conforto (At 9:15,16). A Bíblia nos mostra ainda que temos o direito - e não a obrigação - de fazer votos[26], mas deixa também bem clara a responsabilidade que existe sobre esse compromisso (Ec 5:4,5).
    Uma das coisas mais importantes que precisamos saber em relação à interpretação da Bíblia é que devemos saber separar os fatos isolados das regras doutrinárias, ou seja: precisamos compreender que como Deus trabalha da forma que Ele quer, há coisas que Ele faz de maneira peculiar em momentos específicos apenas durante um período, ou em diferentes tempos da história, ou ainda apenas uma única vez. Isso significa que essas coisas podem sim acontecer esporadicamente, mas não são uma doutrina: um exemplo a ser tomado como regra. Como, da mesma forma, todos nós cristãos, já ouvimos testemunhos, ou até mesmo presenciamos ou vivemos experiências inéditas, mas sabemos que não podemos ter tais situações como rotineiras, pois elas apenas ocorreram em raros momentos. A Bíblia, na verdade, mostra apenas uma situação em que é lícito se fazer uso de um objeto consagrado: trata-se da unção com óleo[27] (Mc 6:13; Tg 5:14,15). Sendo assim, tendo livre acesso à Graça, não há sentido em nos submetermos à escravidão da Lei (Gl 5:1-4[28]), sujeitando-nos a “sacerdotes”, símbolos e rituais que não têm nenhum poder para substituir a eficiência de um bom “bate-papo” com Deus.




[1]Seita: Grupo religioso que se separa de um corpo maior. Grupo de pessoas que seguem determinados princípios ou doutrinas diversas dos geralmente aceitos no respectivo meio.
[2]Amuleto: Objeto que, de acordo com a crença popular, dá proteção contra perigos, doenças ou feitiçarias  (Is 3:20).
[3]Barganha: Troca, negociação.
[4]Alforge: Em árabe: al-Hurj. Bissaco (dois sacos) de couro, com abertura entre os dois compartimentos, pela qual se coloca no arreio, na sela ou nos ombros.
[5]Bordão: Pau grosso de arrimo (encosto); cajado (Is 36:6; Hb 11:21).
[6]Arca da Aliança: Caixa de madeira, revestida de ouro, onde eram guardadas as duas placas de pedra em que estavam escritos os dez mandamentos. Nela também eram guardados outros objetos sagrados (Êx 25:10-22; Hb 9:4-5).
[7]Tabernáculo: Do latim tabernaculum, "tenda", "cabana" ou "barraca" e designa o santuário portátil onde durante o Êxodo até os tempos do Rei Davi os israelitas guardavam e transportavam a arca da Aliança, a menorá e demais objetos sagrados. Em hebraico se chamava mishkan, משכן, "moradia" (local da Divina morada). Também se denominava mow'ed, מוֹעֵד, "Tenda da Reunião". Era composto de três partes: Átrio Exterior, Santo Lugar e Santo dos Santos. Deus ordenou a sua construção (Êx 25:9).
[8]Elias: Significa “Javé É Deus”. Foi um profeta tesbita (de Tisbé, em Gileade) que enfrentou em várias ocasiões o rei Acabe e Jezabel, sua mulher (1º Rs caps. 17-21). Foi levado ao céu num redemoinho (2º Rs 2:1-15). Apareceu com Moisés na transfiguração (Mt 17:3,4).
[9]Naamã: Comandante do exército da Síria. Ele era leproso, mas foi curado por milagre (2º Rs cap. 5).
[10]Jordão: Principal rio da Palestina, que nasce no monte Hermom, atravessa os lagos Hulé e da Galiléia e desemboca no mar Morto. O Jordão faz muitas curvas, estendendo-se por mais de 200 km numa distância de 112 km, entre o lago da Galiléia e o mar Morto. O rio tem a profundidade de um a três m e a largura média de 30 m. Na maior parte de seu curso, o rio encontra-se abaixo do nível do mar, chegando a 390 m abaixo deste nível ao desembocar no mar Morto. O povo de Israel atravessou o rio a seco; João Batista batizava nele, e ali Jesus foi batizado (Mt 3:6,13).
[11]Serpente de bronze: Imagem de uma serpente feita de bronze levantada sobre uma haste no deserto próximo a terra de Edom. A murmuração do povo provocou a ira de Deus; então ele enviou várias serpentes, as quais morderam e mataram muitos israelitas. Como sinal de misericórdia, Ele ordenou que Moisés a fizesse, para que quando alguém fosse picado, olhasse para ela e fosse livre da morte (Nm 21:4-10). Porém, é importante deixar claro que o poder não estava naquele objeto de metal, mas em Jeová que agia misericordiosamente correspondendo a fé daqueles que se arrependiam e faziam conforme sua ordem de olhar para ele. Ela é considerada como uma tipificação de Cristo, pois embora sejamos pecadores, quando olhamos para Ele, obedecendo-o, somos libertos do efeito do pecado que é a morte espiritual.
[12]Lei: É um termo usado com frequência na Bíblia; para definir um código de leis formado por mandamentos, ordens e proibições. Segundo as Escrituras hebraicas, a Lei foi dada por Deus através do profeta Moisés, tendo sido os Dez Mandamentos escritos em tábuas de pedra pelo próprio dedo de Deus no monte Sinai, a tábua dos dez mandamentos. pode ser resumida nos Dez Mandamentos, que em língua hebraica são chamados simplesmente de "As Dez Palavras" ou "Os Dez Ditos". Os Dez Mandamentos regulamentam a relação do ser humano com Deus e com seu próximo. Para fins didáticos, o Código Mosaico pode ser dividido em Leis Morais, Leis Civis e Leis Religiosas (Leis Cerimoniais). As leis cerimoniais, regulavam o ministério no santuário do Tabernáculo e, posteriormente, no Templo. Elas tratavam também da vida e do serviço dos sacerdotes e encontram-se descritas especialmente no Livro chamado Levítico.
[13]Festa da Lua Nova: Festa dos israelitas, comemorada no primeiro dia de cada mês, o dia da lua nova (Nm 28:11-15).
[14]Sombras: Tipo (Cl 2:17). Coisa que se usa para produzir outras semelhantes; modelo, original.
[15]Graça: Graça significa favor imerecido. A expressão “Tempo da Graça” se refere a era iniciada após a crucificação e a ressurreição de Jesus Cristo, o qual através desse sacrifício nos tirou do jugo da lei dando-nos acesso direto a Deus, pois antes disso Jeová somente se comunicava com o homem através dos profetas e apenas recebia sacrifícios apresentados pelos sacerdotes (Rm 6:15).
[16]Holocausto: Significa “queimado”. Sacrifício em que a vítima era consumida pelo fogo.
[17]Oblação: Palavra do latim "oblatio" que significa "oferta". Ação pela qual se oferece qualquer coisa a Deus. Oferta a Deus. Oferta sacrifical comestível.
[18]Remissão: Ato ou efeito de remir, livrar. Indulgência, misericórdia. Expiação, perdão.
[19]Místico: O que professa o misticismo. O que se dá à vida contemplativa, espiritual. Que se refere à vida religiosa. Que se relaciona com o espírito, e não com a matéria. Misterioso, alegórico, figurado (falando das coisas religiosas que envolvem razão oculta e incompreensível). O que escreve sobre o misticismo. Misto; misturado.
[20]Rameira: Prostituta; Meretriz (Dt 23:18). Mulher que pratica o ato sexual por dinheiro; prostituta (Hb 11:31).
[21]Manjar: Alimento sólido (1ª Co 3:2). Iguaria (Pr 23:3). Cereal (Lv 2:1).
[22]Pedro: Significa "Pedra". Apóstolo (Mc 3:13-19), também chamado de Simão e Cefas (Jo 1:42). Era pescador (Mc 1:16). Episódios de sua vida são mencionados em (Mc 1:16-18; Lc 5:1-11; 8:40-56; Mt 8:14-15; 14:28-33; 16:13-23; 17:1-13; 26:36-46,69-75; Lc 24:34; Jo 18:10-18,25-27; 21:1-23; At 1:13-5:42; 8:14-25; 10:1-11:18; 12:1-19; 15:1-11; 1ª Co 9:5; Gl 1:18; 2:6-14). Segundo a tradição, foi morto entre 64 e 67 dC., no tempo do imperador Nero. Foi autor de duas epístolas no Novo Testamento.
[23]Levítico: Terceiro livro do Pentateuco e do Antigo Testamento. Contém as leis e os mandamentos que Deus mandou Moisés dar ao povo de Israel, especialmente do culto, dos sacrifícios que o povo devia oferecer a Deus e dos deveres dos sacerdotes. A lição principal do livro é que o Deus do povo de Israel é santo. Portanto, esse povo que Deus escolheu precisava ser santo também, isto é, precisava ser completamente fiel a ele, não seguindo os costumes pagãos dos povos vizinhos (Lv 11:45). Neste livro encontra-se o mandamento que Jesus chamou o segundo mais importante de todos: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lv 19:18).
[24]Cevado: Animal engordado (Lc 15:23).
[25]Oferta alçada: Oferta cujo valor arrecadado será usado em um objetivo específico.
[26]Voto: Promessa feita a Deus (Ec 5:4; At 18:18). Pedido a Deus (3ª Jo 1:2).
[27]Óleo: Azeite. No Antigo Testamento era usado para ungir reis, profetas, sacerdotes e objetos sagrados; e, no Novo Testamento, para a unção de doentes e obreiros separados para o ministério.
[28]Circuncisão: Cerimônia religiosa em que é cortada a pele, chamada prepúcio, que cobre a ponta do órgão sexual masculino. Os meninos israelitas eram circuncidados no oitavo dia após o seu nascimento. A circuncisão era sinal da Aliança que Deus fez com o povo de Israel (Gn 17:9-14). No Novo Testamento, o termo às vezes é usado para designar os israelitas (Gl 2:8; Cl 4:11). Outras vezes significa a circuncisão espiritual, que resulta numa nova natureza, a qual é livre do poder das paixões carnais e obediente a Deus (Jr 4:4; Rm 2:29; Cl 2:11; Fp 3:3).

segunda-feira, 28 de julho de 2014

O que a Bíblia Diz Sobre Fazer Orações à Santos?

Todas as pessoas, independentemente
do fato de terem praticado muitas
boas obras na terra, são iguais para
Deus; absolutamente ninguém está
autorizado a substituir o lugar de Jesus
como mediador e nem a cumprir o
papel do Espírito Santo como
intercessor.
    É lícito pedir aos santos - refiro-me a religiosos que já morreram - que intercedam por nós diante de Deus? Antes de responder a essa pergunta é importante analisarmos a seguinte questão: “Quem são os santos?”. A Bíblia aplica esse termo referindo-se àqueles que são realmente fiéis a Deus, mais claramente falando: aos que vivem em santidade[1] (Rm 1:7; 15:25; 1ª Co 6:1,2; Fp 4:21; 1ª Ts 5:27; 1ª Pe 1:16).  Porém, de um modo geral, no que se refere aos costumes dos nossos queridos irmãos católicos, santos são pessoas extremamente piedosas, as quais, depois de mortas, alcançam o direito à canonização[2], obtendo também poder para interceder pelos vivos que clamam  - e também adoram - a eles tendo a fé de que receberão um milagre. Essa crença tem algum fundamento? Baseando-nos no fato de as Sagradas Escrituras afirmarem que os mortos nada sabem sobre o que ocorre na terra (Ec 9:5,6) e que não podem ter contato com os vivos (Lc 16:26), podemos concluir que não há nenhum fundamento bíblico que sustente esse argumento. Da mesma forma que nada podemos fazer por aqueles que já se foram, eles também nada podem fazer por nós e sequer por eles mesmos. Portanto, não podem ser intercessores ou mediadores entre a terra e o mundo celestial.
     Os que defendem essa prática tentam justificá-la usando referências do Novo Testamento que falam sobre a importância e a necessidade de os homens intercederem uns pelos outros; porém, isso é um gravíssimo erro de interpretação, pois, em todas elas, é claríssimo o fato de que os santos a quem devemos pedir oração são os nossos irmãos que estão vivos e não os que já morreram (Rm 12:13; Tg 5:16). E a maior prova que temos de que não existem mediadores humanos está em 1ª Timóteo 2:5, onde a Palavra não nos deixa dúvidas: “[...] há um só Deus, e um só Mediador[3] entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.”; nossas orações devem ser dirigidas diretamente a Deus (Mt 6:9), por meio do nome de Jesus (Jo 14:13,14) e com a ajuda do Espírito Santo que é quem intercede por nós (Rm 8:26[4]).
    Crer na necessidade da intervenção de santos - principalmente santos mortos - em nossas orações é o mesmo que não crer que Deus tenha poder suficiente para nos ouvir e atender, e pensar que Jesus e o Espírito Santo também não estejam em condições de desempenhar o seu papel e, que por isso, necessitem da ajuda de “assessores” que possam conduzir nossas petições até Ele. Atitude essa que consiste em pecado abominável, pois o nosso Senhor possui todo o poder no céu e na terra e todas as criaturas estão sujeitas ao seu domínio (Jd 1:25). Além do mais, Ele proíbe terminantemente a prática da idolatria[5] (Êx 20:3,4; Dt 6:14; Ap 22:15[6]), pois não aceita dividir a sua glória com ninguém (Is 42:8).



[1]Santidade: Atributo de Deus (Pai, Filho e Espírito) pelo qual ele é moralmente puro e perfeito, separado e acima do que é mau e imperfeito (Êx 15.11; Sl 29.2; Hb 12.10). Qualidade do membro do povo de Deus que o leva a se separar dos pagãos, a não seguir os maus costumes deste mundo, a pertencer somente a Deus e a ser completamente fiel a ele (1Ts 3.13). No AT, separação de coisas ou pessoas para Deus e para o culto. Eram santos os sacerdotes (Lv 21.6-8), os nazireus (Nm 6.5-8), Canaã (Zc 2.12), Jerusalém (Is 52.1), o Templo (Sl 11.4), os altares, o óleo e os utensílios do culto (Êx 30.25-29), os sacrifícios (Êx 28:38), etc.
[2]Canonização: O ato de atribuir a alguém o status de Santo; uma prática comum na Igreja Católica.
[3]Mediador: Pessoa cuja função é reconciliar partes. Cristo é o mediador da nova Aliança, através de quem Deus e as pessoas são reconciliados (Is 42:6; 1ª Tm 2:5; Hb 8:6; 9:15).
[4]Inexprimível: Indizível, inefável, inexpressável, inexplicável.
[5]Idolatria: Adoração de Ídolos. Deus proíbe a adoração de qualquer imagem, seja de um deus falso ou do Deus verdadeiro (Êx 20:3-6). As nações que existiam ao redor de Israel eram idólatras, e Israel muitas vezes caiu nesse pecado (Jr 10:3-5; Am 5:26-27). Entre outras, eram adoradas as imagens de Baal, Astarote e Moloque e o Poste-ídolo.
[6]Cães: Expressão usada em Filipenses 3:2 e em Apocalipse 22:15 para definir pessoas imundas, impuras. Esse era um termo pejorativo usado pelos judeus, referindo-se aos gentios. De acordo com a lei cerimonial, o cão era um animal imundo. Ser chamado de cão era uma ofensa muito grande. Devido a sua imundície, Satanás é popularmente chamado de cão.

terça-feira, 22 de julho de 2014

O que a Bíblia Diz Sobre Orar Pelos Mortos?

Não há como iluminar o caminho
de alguém que já se foi; pois se
em vida ele não andava na luz,
não há quem possa salvá-lo das
trevas agora.
    Muitos crentes novos convertidos que saíram do catolicismo, questionam algumas práticas da doutrina evangélica, as quais vão contra aquilo que eles aprenderam durante anos. Uma dessas práticas é a não aceitação da oração pelos mortos. Por razões de sentimentalismo humano, é claro que entendemos a lógica da vontade de fazer algo pelos entes queridos que se foram; porém, como servos do Senhor, sabemos que a razão tem que estar acima da emoção, e a nossa razão é direcionada pela Bíblia, a qual reconhecemos ser a autêntica e inerrante Palavra de Deus. Sendo assim, diante dessa, como de qualquer outra questão, temos a obrigação de perguntar: “O que as Escrituras Sagradas dizem sobre isso?”.
    Uma das afirmações mais claras sobre o assunto se encontra em Hebreus 9:27, que diz: “[...] aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo,”. Essa declaração não deixa dúvida alguma: depois da morte, o que ocorre é apenas o juízo, ou seja: o julgamento, e isso é tanto para a salvação quanto para a condenação. Não há aqui nenhuma brecha que nos permita entender que entre a morte e o julgamento exista alguma oportunidade de mudança do veredito[1] divino através de orações intercessórias, sacrifícios ou quaisquer outros meios conhecidos e praticados nas mais diversas religiões.
    Obviamente, não podemos negar que aqueles que defendem a prática das orações pelos finados utilizam sim a Bíblia; os mesmos se apoiam num texto do Antigo Testamento contido no livro de 2º Macabeus 12:32-45, que diz que, depois que alguns judeus foram mortos numa batalha contra Górgias[2], o então governador da Iduméia[3], enquanto Judas[4] Macabeus[5] e seus soldados recolhiam os corpos para sepultá-los, descobriram escondidos em suas roupas objetos consagrados aos ídolos de Jâmnia[6], os quais a Lei proibia terminantemente aos israelitas. Ao saber que os falecidos haviam cometido tal pecado, puseram-se em oração rogando que os mesmos fossem perdoados e fizeram uma coleta juntando quase duas mil dracmas[7] de prata, enviando-as a Jerusalém como sacrifício expiatório[8] para indulgência[9] daquelas almas. Há aí dois pontos de extrema importância a serem observados que podemos considerar como falhas na teologia católica:
    Primeiro: Os livros de Macabeus são considerados apócrifos[10] e, além do mais, no texto que se segue, é dito que “se Judas não tivesse esperança na ressurreição dos que tinham morrido na batalha, seria supérfluo e vão orar pelos mortos”; isso mostra que, ainda que esse livro fosse inspirado por Deus, esse trecho seria apenas uma narrativa histórica da fé e da opinião particular de um homem, - o qual, como todos, é sujeito a erros de interpretação, até mesmo porque, na época, havia uma grande influência de povos pagãos que acreditavam nisso  - e não uma determinação divina para se orar pelos falecidos.
    Segundo: Essa linha de raciocínio vai totalmente contra os padrões doutrinários ensinados na Bíblia. Pois a própria santificação seria algo sem sentido sendo que alguém poderia interceder por minha salvação após minha morte; sendo assim, por que eu obedeceria a Deus? Mas, ao contrário disso, a Palavra nos alerta que sem santificação ninguém será salvo (Hb 12:14).
    Finalizando, bem sabemos que na passagem da vida para a morte, imediatamente, os salvos gloriosamente encontrarão a Cristo (Lc 23:43), não havendo assim necessidade que se ore por eles; enquanto que os condenados, infelizmente, partirão direto para a condenação eterna (Lc 16:22,23[11]), num lugar de onde não mais se pode sair (Lc 16:26), não sendo possível aos vivos fazerem absolutamente nada por eles; fato esse que também desmente a existência do que seria uma tal “sala de espera” para o julgamento chamada purgatório[12].



[1]Veredito: Ou veredicto: Decisão de um júri ou de qualquer outro tribunal judiciário acerca de uma causa cível ou criminal. Juízo pronunciado em qualquer matéria. Opinião autorizada. Ratificação.
[2]Górgias: Foi um general sírio-selêucida do século II a.C., que serviu ao rei Antíoco Epifanes.
[3]Iduméia: Foi um reino ao sul da Jordânia no primeiro milênio aC. na Idade do Ferro. A região tem muito arenito avermelhado, que pode ter dado origem ao nome. Povo originado por Edom (Esaú). Os edomitas foram um grupo tribal vizinhos de Judá ao sul, de língua semítica habitantes do Deserto de Negev e do vale de Arabá do qual é hoje o sul do Mar Morto e vizinho ao Jordão.
[4]Judas: Na Bíblia existem sete Judas: 1) Iscariotes, escolhido por Jesus para ser apóstolo (Mt 10:4), sendo o tesoureiro do grupo (Jo 12:6). Traiu a Jesus (Mt 26:47-49) e, depois, enforcou-se (Mt 27:3-5; At 1:16-19). 2) Irmão de Jesus (Mt 13:55) e provável autor da carta que leva seu nome (Epístola de Judas). 3) Apóstolo, filho de Tiago, também chamado de Tadeu (Mt 10:3; Lc 6:16). 4) Cristão de Damasco, em cuja casa Paulo se hospedou, após sua conversão (At 9:11). 5) Cristão que se destacou na igreja de Jerusalém, também chamado de Barsabás (At 15:22-32). 6) O Galileu, um revolucionário (At 5:37). 7) Macabeu, chefe da revolta dos macabeus (Sua história está registrada nos livro apócrifos 1º e 2º Macabeus).
[5]Macabeus: Nome dado a uma família de judeus, também conhecida como Hasmoneus, que liderou a revolta contra a Síria, governada por Antíoco IV Epífanes. O chefe da revolta foi Matatias, cujo bisavô se chamava "Hasmoneu", provavelmente da cidade de Hasmoná. "Macabeu", que quer dizer "martelo", era o apelido de Judas, o maior de seus líderes e um dos filhos de Matatias. A revolta começou em 167 aC., e a família continuou a governar o povo judeu até 63 aC.
[6]Jâmnia: É uma cidade de Israel, no distrito Central. Era conhecida como Iamnia ou Jamnia durante o período romano. Segundo o livro apócrifo 2º Macabeus, era um lugar aonde havia muita idolatria.
[7]Dracma: O mesmo que darico: uma moeda de ouro que pesava 8,4 g (1ºCr 29:7)). No Novo Testamento, moeda grega de prata que tinha o mesmo valor do denário (Lc 15:8).
[8]Expiatório: Que serve de expiação (cumprimento de pena imposta para pagamento por crime ou erro).
[9]Indulgência: Qualidade de indulgente. Clemência. Condescendência, tolerância. Remissão total ou parcial das penas relativas aos pecados. Perdão. Absolvição plena das penas temporais. 
[10]Apócrifo: Que não foi reconhecido como devidamente inspirado. Que não é do autor a que se atribui. Teologicamente, refere-se aos também conhecidos como Livros Pseudo-canônicos: são os livros escritos por comunidades cristãs e pré-cristãs (ou seja, há livros apócrifos do Antigo Testamento) nos quais os pastores e a primeira comunidade cristã não reconheceram a Pessoa e os ensinamentos de Jesus Cristo e, portanto, não foram incluídos no cânon bíblico. esse termo foi criado por Jerônimo, no quinto século, para designar basicamente antigos documentos judaicos escritos no período entre o último livro das escrituras judaicas, Malaquias e a vinda de Jesus Cristo (um período de 400 anos). São livros que, segundo a religião em questão, não foram inspirados por Deus e que não fazem parte de nenhum cânon. São também considerados apócrifos os livros que não fazem parte do cânon da religião que se professa. Alguns deles são aceitos pela Igreja Católica (Tobias, Judite, I e II Macabeus, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque e também as adições em Ester e Daniel).
[11]Hades: Lugar dos maus; também traduzido como inferno (Mt 11:23;16:18; Lc 10:15; 16:23; At 2:27,31; Ap 1:18; 6:8; 20:13,14). Na mitologia grega, é o deus do mundo inferior e dos mortos.
[12]Purgatório: É uma errônea visão da teologia católica que define a condição e processo de purificação, ou castigo temporário em que as almas daqueles que morrem em estado de graça são preparadas para o Reino dos céus.